As mais de 30 empresas alemãs que actuam em diversos sectores da economia contam para os desafios imediatos e do futuro assumidos pelo Governo angolano e podem mesmo servir de porta de entrada para outros investidores, sobretudo no domínio da agricultura e da indústria não mineral.
De acordo com a embaixadora de Angola na Alemanha, Balbina da Silva, os mais recentes fóruns económicos que juntaram os dois países, quer na Alemanha, quer em Angola, demonstram o engajamento dos governos na abertura de oportunidades para os investidores dos dois lados identificarem áreas de negócio comuns.
Na videoconferência “Alemanha e Angola – Cooperação Económica e Oportunidades de Negócio”, promovida ontem, pela N’kiela, a embaixadora revelou que, neste momento, há empresas alemãs interessadas em entrar no mercado africano e que pretendem fazer do país uma porta para exportar para o continente.
Balbina da Silva reforçou sobre a existência de um ambiente político positivo e que resulta da visita do Presidente João Lourenço à Alemanha e posterior retribuição com a vinda da chanceler alemã, Angela Merkel, a Luanda. Segundo o presidente do Conselho de Administração da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), António Henriques da Silva, há todo um quadro legal mais facilitado para atrair investimento e em sectores até aqui menos beneficiados.
António Henriques da Silva lembrou sobre os incentivos fiscais para cada uma das zonas de investimento, tendo também assegurado que a criação das zonas francas é uma nova etapa na atracção de recursos externos.
Já o presidente da Associação Industrial de Angola, José Severino, reconheceu ser fundamental Angola atrair investimento alemão e tirar partido da eficácia e da eficiência industrial deste parceiro, para tornar competitiva a economia, agora com a adesão ao mercado comum da Região Austral e de África no global.
O líder da AIA diz ser oportuno passar-se da fase da indústria extractiva para a de serviços e produção de maquinaria, necessária à industrialização para a economia angolana suportar os desafios imediatos e dar resposta à crescente procura sem isso representar aumento da importação.
Novo foco
Para o delegado da economia alemã em Angola, Vandré Spellmeier, há, neste momento, inúmeros empresários do seu país interessados em deslocalizar as suas actividades para o país. A agricultura é um foco novo, mas bastante oportuno, pois permitirá alimentar as empresas locais, mas também criar condições para a exportação segura para outros mercados, incluindo àquela que é a maior economia da Europa.
A directora da N’kiela, Sandra Sabrowsky, justificou o fórum como uma ocasião para se garantir que as em-presas alemãs e da África Austral possam manter a melhor cooperação económica com Angola e entre si, pela oferta de consultoria, assistência técnica, gestão de projectos, intercâmbio de conhecimento e desenvolvimento socioeconómico.
“Alemanha e Angola – Cooperação Económica e Oportunidades de Negócio” é o primeiro de quatro webinar que vão decorrer ao longo deste ano, sempre com a perspectiva da criação e do fortalecimento de uma rede corporativa entre África e a Europa, particularmente Angola e Alemanha.
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