O secretário de Estado para a Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas solicitou, no dia 13 do correngte mês, que seis embaixadores acreditados em Angola divulguem, nos seus países, as potencialidades da Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo, numa visita àquele empreendimento inserida nos esforços de diplomacia económica adoptados pelo Governo.
Domingos Vieira Lopes afirmou, para explicar o conceito institucional angolano de Diplomacia Económica, que o contexto político e económico do país, bem como as mudanças ocorridas na área das relações internacionais, obrigam a que diplomacia adopte também um papel activo no alcance dos objectivos económicos.
As visitas que, prolongaram-se até quinta-feira, foram organizadas pela ZEE e a Agência de Investimento e Promoção das Exportações (AIPEX), no quadro da política de diversificação, onde a Diplomacia Económica desempenha um importante papel e é tema central de debates do fórum da reconstrução e desenvolvimento socioeconómico.
O secretário de Estado apresentou o quadro de estabilidade política do país como um importante activo da atracção de investimentos, afirmando que “a consolidação da unidade e coesão nacional proporcionam as bases para o desenvolvimento e crescimento económico, que coloca Angola no roteiro dos destinos prioritários para a promoção e realização de negócios, com vista à captação de parcerias estáveis e duradouras com futuros investidores”.
Para Domingos Vieira Lopes, a Zona Económica Especial assume-se como um parque industrial de eleição, visando a realização de investimentos onde as empresas poderão operar com a qualidade necessária, produzir bens para o consumo interno e promover a exportação.
Nesta perspectiva, prosseguiu, o Governo angolano quer contar com a participação activa dos embaixadores na divulgação do potencial daquele parque industrial junto da classe empresarial dos respectivos países, de forma a que sejam captados investimentos que contribuam para os enormes esforços de diversificação da economia e de melhoramento da qualidade de vida dos angolanos.
O secretário de Estado para a Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas referiu que a realização da visita às fábricas da ZEE reveste-se de uma importância singular, pois decorre numa altura em que o Executivo está empenhado em reduzir a dependência do petróleo e diamantes, apostando na diversificação económica.
Acompanharam a visita os secretários de Estado para o Planeamento, Milton Reis, e para o Comércio, Amadeu Nunes, bem como o presidente dos Conselhos de Administração da AIPEX e ZEE, António Henriques da Silva. Os representantes diplomáticos que visitaram a ZEE são decanos (mais antigos) das regiões em que estão inseridos os seus países, contando-se o embaixador da Palestina, Najah Abdulrahman, do Quénia, Josphat Mairaka, e da Polónia, Piotr Joseph Mysliwiec.
Encontravam-se, ainda, o embaixador dos Emirados Árabes Unidos, Khalid Bin Ghaittah, a embaixadora de Cuba, Ester Cardenas, e o do Vietname e Decano Regional da Ásia, Vu Minh.
Exposição dá evidências do potencial de negócios do sector industrial
A auxiliar a obtenção de uma visão correcta do potencial da ZEE, permanece aberta, de ontem até amanhã, a Feira da Zona Económica Especial 2021, onde 20 EMPRESAS exibem amostras da produção angolana nos domínios industrial, tecnológico e agro-alimentar.
O certame, inaugurado pelo secretário de Estado para a Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas, está concebido para convencer os embaixadores da nova realidade e as oportunidades que cada um dos Estados com os quais se mantêm laços de cooperação pode explorar, através da mobilização de investimentos.
Uma evidência disso é a Kaheel Agricultura, uma unidade especializada na montagem e assistência técnica de tractores instalada na ZEE desde Outubro do ano passado, com a capacidade para uma produção anual de três mil tractores.
Até ao momento, cerca de mil unidades já foram disponibilizadas, metade das quais (500 tractores) sob encomenda do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA), segundo soube o Jornal de Angola de fontes da empresa.
Para além desta encomenda, associações de camponeses e empresas privadas estão também numa lista extensa de clientes, que já pediram os tractores “Feito em Angola” para dinamizar a agricultura empresarial e familiar. Outro produtor nacional é a Tur-Eri, dedicada à venda de arcas congeladoras e produção e venda de fogões de cozinhas.
A unidade, de investimentos de Turcos (Tur) e Eritreus (Eri), expede uma oferta de 425 fogões por dia. Gerou emprego para 69 cidadãos nacionais e vende, por exemplo, um fogão simples a gás de quatro bocas por 65 mil kwanzas e o misto (a gás e eléctrico) de seis bocas ao preço de 210 mil kwanzas a unidade.
Os responsáveis, representados na Feira por Verina dos Santos, asseguram o “Feito em Angola” tem qualidade, posição também defendida pela Imex Indústria, produtora nacional de 200 colchões por dia, 40 mil sacos de ráfia e 1 500 baldes de tinta de 20 litros que são vendidos em seis províncias pelas suas representações e, indirectamente, por revendedores oficiais e vários outros negociantes.
Também em franco crescimento, a indústria nacional de produção alimentar está na Feira da ZEE com a Mafcom, expondo margarinas, óleo alimentar e vários outros bens da marca Alimo, já uma referência nacional.
Saiba mais aqui.