O bairro social Mayé-Mayé, no distrito urbano do Sequele, município de Cacuaco, vai continuar a receber famílias que residem em zonas de risco da província de Luanda.
A garantia foi avançada ontem, ao Jornal de Angola, por uma fonte do Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do Território, durante a cerimónia de lançamento de projectos de construção de um posto policial, centro médico e uma escola, presidida pela ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira.
De acordo com a fonte, até ontem estavam realojadas 550 famílias, número que aumentou com a chegada de mais 13 agregados familiares, que receberam da ministra de Estado para a Área Social as chaves das suas novas moradias.
No bairro Mayé-Mayé já foram construídas três mil casas, algumas ainda por habitar, encontrando-se em fase de acabamento 5.168 moradias T-3 e T-4, das quais 1.168 apartamentos, para o realojamento de 800 famílias.
O bairro já dispõe do fornecimento de energia eléctrica, devendo contar, a partir dos próximos dias, com o abastecimento de água potável, garantiu uma fonte da Administração Municipal de Cacuaco.
A ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, liderou uma equipa multissectorial na visita de trabalho, ontem, à urbanização Mayé-Mayé.
As 13 famílias contempladas, ontem, com moradias no Mayé-Mayé, viviam em zonas de risco, na encosta da Boavista, no distrito urbano da Ingombota, e nos municípios do Cazenga e Cacuaco.
Uma das famílias realojadas é a de Mariana Ebo, que perdeu uma filha durante o desabamento da casa em que vivia, na sequência das chuvas que se abateram, em Abril, sobre a província de Luanda.
Mariana Ebo foi a primeira pessoa a receber, da ministra de Estado para a Área Social, a chave da nova moradia. “Estou a receber a chave de uma nova casa, mas não me sinto feliz, porque perdi uma filha adolescente”, acentuou Mariana Ebo que, apesar da dor da perda, manifestou o agradecimento ao Executivo, que, acrescentou, “está solidário com a minha família e as outras famílias”.
Visivelmente emocionada no acto de entrega das moradias, a ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, declarou que o Executivo está pronto para prestar todo o apoio aos cidadãos em situação de vulnerabilidade social.
Posto médico e policial e nova escola
Antes da entrega das moradias, o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, lançou a primeira pedra para a construção de um posto policial, em cujo acto o soba do distrito urbano do Sequele, José Sotto Mayor, referiu que o bairro Mayé-Mayé “tem a sua própria tradição”, baseada no “respeito pelas coisas dos outros e no respeito a todos, principalmente os mais velhos”.
“Aqui estamos embora bem”, sublinhou o soba José Sotto Mayor, que disse não haver delinquência na urbanização Mayé-Mayé.
“Espero que os irmãos que estão a vir aqui respeitem a nossa tradição, porque somos todos uma família, somos todos angolanos”, adiantou a autoridade tradicional, referindo que “aqui a cor partidária não é levada em conta”.
A ministra da Educação, Luísa Grilo, colocou a primeira pedra para a construção de uma escola primária, com 12 salas de aula, acção idêntica feita pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, para a construção de um posto médico.
O Jornal de Angola soube de uma fonte da Administração Municipal de Cacuaco que a via que dá acesso ao bairro Mayé-Mayé, a partir da cidade do Sequele, vai ser submetida, brevemente, a um trabalho de terraplenagem e colocação de asfalto.
“A presença hoje aqui do ministro das Obras Públicas e Ordenamento do Território, Manuel Tavares, é uma garantia do que estou a falar”, sublinhou a fonte.