A Faixa de Gaza voltou a viver uma madrugada iluminada pelos intensos bombardeamentos de Israel, apesar da intensificação dos esforços diplomáticos internacionais para obter um cessar-fogo entre o Estado hebraico e o Hamas.
O Conselho de Segurança da ONU deverá reunir-se de urgência novamente esta terça-feira, um dia depois do presidente norte-americano, pressionado pela comunidade internacional e pelo próprio campo democrata, ter exprimido o apoio a uma trégua, num telefonema com o primeiro-ministro israelita. Joe Biden não se juntou, no entanto, aos pedidos para o “fim imediato das hostilidades”.
Nos oito dias de conflito, mais de 210 palestinianos perderam a vida na Faixa de Gaza, entre os quais 61 crianças, e há registo de mais de 1400 feridos.
A ONU já alertou para o risco de uma crise humanitária, com mais de 40.000 pessoas deslocadas e outras 2500 que perderam as casas devido aos bombardeamentos israelitas.
Alguns procuraram refúgio em escolas dirigidas pelas Nações Unidas.
Khader Soltan, residente de Gaza: “Sentimo-nos totalmente perdidos. Ninguém pensava que escaparia de casa com vida. Pensávamos que íamos morrer durante a noite.”
Do lado israelita, há registo de 10 mortos, entre os quais uma criança, e perto de 300 feridos em consequência dos “rockets” disparados a partir da Faixa de Gaza, que atingiram nomeadamente a cidade de Ashdod.
Shirly, residente de Ashdod:“Quando ouvimos a sirene de alerta, descemos para o andar de baixo para nos abrigarmos. A minha mãe está incapacitada, mas conseguiu abrigar-se e foi isso que a salvou.”
Enquanto a diplomacia não surte efeito, a violência alastra-se, com novos projéteis lançados desde o sul do Líbano em direção a Israel. O Exército israelita diz ter disparado contra os “pontos de origem” em represálias.